Artigo publicado no Jornal do Centro (31 de agosto de 2018)
À escala global, cada vez mais se fala sobre metodologias de aprendizagem ativa (active learning). Aquilo a que se chama vulgarmente aprendizagem ativa é um grande chapéu onde cabem muitas formas de abordagem, muitas metodologias. Genericamente, o objetivo é envolver os alunos no processo, dar-lhes um papel mais ativo, em substituição do papel de quase mero ouvinte que em muitos casos continuam a ter. Uma dessas metodologias é a conhecida por Flipped Classroom ou Flipped Learning (que se pode traduzir por sala de aula invertida ou aprendizagem invertida). A sua adoção (em todos os níveis de ensino) tem vindo a crescer em todo o mundo, com resultados muito interessantes. Recentemente, uma universidade adotou-a a 100%: a MEF University, em Istambul. Um dos seus precursores e atualmente talvez o seu maior divulgador à escala planetária é Jonathan Bergmann (www.jonbergmann.com), que lidera um movimento global com vista à sua disseminação: a Flipped Learning Global Initiative (www.flglobal.org). Vem isto, sobretudo, a propósito de uma conferência internacional que vai ter lugar no Politécnico de Viseu nos próximos dias 26 e 27 de setembro: a ICALE 2018 – International Conference on Active Learning and Education. A palestra de abertura será proferida, a partir dos Estados Unidos, precisamente, por Jon Bergmann. Além de palestras plenárias, haverá workshops e comunicações, sempre com a “aprendizagem ativa” como fio condutor. Porque se pretende maximizar a divulgação e a reflexão sobre este tema, a inscrição em todas as atividades é gratuita, mas obrigatória (www.icale2018.eu/). Apesar de para muitos professores, estou certo, ser a validação de muitas práticas que já adotam, acredito que esta conferência seja uma boa ocasião para (sobretudo nós, professores) tomarmos contacto com outras perspetivas e refletirmos sobre elas. Só nos faz bem. Quase sempre, o maior obstáculo à mudança não são os alunos. São os professores.
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Artigo publicado no Jornal do Centro (3 de agosto de 2018)
1. No dia em que ler este artigo, já os bancos estarão obrigados a refletir totalmente na prestação da casa os efeitos de uma Euribor negativa. Depois de o próprio Banco de Portugal ter levantado a questão, foram precisos mais de três anos para, finalmente ser publicada a lei que obriga os bancos a calcularem a prestação da casa com uma taxa negativa, se for esse o resultado da soma algébrica do indexante (uma Euribor) com o spread. 2. Quem irá beneficiar no imediato? Apenas os clientes com contratos indexados à Euribor a 3 meses, celebrados nos anos anteriores ao início da crise de 2007-2008, quando os spreads atingiram valores muito baixos (à volta dos 0,30% e até inferiores). Porquê? Porque este indexante apresenta atualmente valores na ordem dos -0,37%. Assim, um contrato que tenha associado um spread de 0,30% fica agora com uma taxa de -0,07%. O impacto na prestação mensal de cada mutuário não é significativo. Porém, para os bancos pode não ser despiciendo. A CGD, por exemplo, já anunciou que esta lei lhe vai custar cerca de 100 000 euros por mês. 3. E por que razão só esses clientes beneficiam, no imediato? Porque o valor da Euribor a 6 meses ronda, neste momento, os -0,27% e está a voltar a subir. Neste caso, os juros só serão negativos para clientes que tenham um spread inferior a 0,27%. A existirem, são residuais. Mais: as expectativas atuais apontam para uma subida de todas as taxas Euribor nos próximos meses, pelo que a maior parte dos clientes não chegarão a beneficiar destes juros negativos e, muito provavelmente, mesmo os (relativamente) poucos que agora vão beneficiar, mais cedo ou mais tarde verão esse benefício desaparecer. 4. Como vai funcionar, em termos práticos? A lei permite que os bancos escolham uma de duas opções: através de dedução dos juros negativos ao capital em dívida na prestação vincenda ou da criação de um crédito ao cliente que será utilizado quando os juros voltarem a ser positivos. 5. Conclusão: muita parra e pouca uva, na minha opinião. Seguramente será mais um motivo para que os bancos (alguns, pelo menos) encontrem ou reforcem algum mecanismo que lhes permita atenuar (quiçá até mais do que isso) este impacto. Criatividade não lhes falta. |
Nota préviaIniciei este blogue em janeiro de 2016, na sequência da criação desta página pessoal. Categorias
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