Idiotices

Artigo publicado no Jornal do Centro (26 de outubro de 2018)

De vez em quando (cada vez com mais frequência…) aparecem notícias que me fazem questionar sobre a sanidade mental dos seus protagonistas. Ou da minha, sei lá!...
 
Três exemplos recentes: um inquérito feito a crianças de 10 anos numa escola pública onde, no fundo, se lhes perguntava sobre as suas preferências sexuais, a “violência” que é fazer com que uma criança beije os avós e o ter de pedir autorização a um bebé para lhe mudar a fralda.
 
No primeiro caso pergunta-se às crianças se se sentem atraídos "por homens, mulheres ou ambos". Mesmo que o tema “igualdade de género” esteja previsto no programa escolar (justificação apresentada), parece uma pergunta manifestamente desadequada e dispensável.
 
O segundo exemplo surgiu no programa “Prós & Contras” da RTP1, onde foi abordado o tema do assédio. Um professor universitário teve esta tirada extraordinária: “Quando a avozinha ou o avozinho vão lá a casa e a criança é obrigada a dar o beijinho à avozinha ou ao avozinho, estamos a educar para a violência no corpo do outro”. Meu comentário: …
 
Ainda não refeito, eis que surge outra pérola, poucos dias depois: segundo a “especialista sexual” Deanne Carson, deve pedir-se ao bebé autorização para que se lhe mude a fralda (uma pesquisa rápida na Internet mostra que, afinal, a notícia já é de maio deste ano). Confesso que tenho alguma dificuldade em perceber que habilitações tem uma “especialista sexual” para se pronunciar sobre diálogos com bebés. Na verdade, tenho até algumas dúvidas sobre o que será uma “especialista sexual”, mas parece-me legítimo pensar que se possa tratar de algum eufemismo. Mas vamos admitir que sim, que é alguém que tem habilitações para estabelecer diálogos com bebés (bebés com semanas ou meses de vida). E se o bebé “disser” (uma e outra vez) que não autoriza que lhe seja mudada a fralda? O que faz a Sra. Carson?

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