Artigo publicado no Jornal do Centro (21 de dezembro de 2018)
Alguns deputados da Nação (e outros políticos) têm revelado um caráter que deixa muito a desejar. De entre vários episódios, o que mais me irritou recentemente foi o das falsas presenças. Insuportável. Indigno de alguém que ocupa tal lugar. Por mais voltas que deem, não há como branquear atitudes destas. Infelizmente, a Assembleia da República tem sido palco fértil de tristes cenas. Entre um ministro a mostrar uns corninhos a um deputado e alguns episódios mais ou menos dissimulados de “dedos do meio”, uma música de telemóvel alusiva ao espetáculo tauromáquico que um deputado achou engraçado (?) pôr a tocar após a votação do IVA nas touradas ou pintar as unhas em plena sessão de trabalho até nem parecem nada de especialmente criticável. Mas são! De um modo geral, o tom dominante em muitas sessões da Assembleia da república é, na minha avaliação, francamente condenável, para não dizer deplorável. As intervenções são quase sempre pautadas pelo tom sarcástico, o risinho irónico, a piadola. É muito raro assistirmos a uma discussão com elevação, seriedade, responsabilidade e dignidade. Seria razoável esperar isso de pessoas adultas e com tamanha responsabilidade nos destinos da nação. E, de preferência, discutindo temas realmente importantes para o dia a dia dos cidadãos. Mas isso é outra conversa. Eu deveria sentir-me representado pelos senhores deputados (e senhoras deputadas, como parece que agora tem de se dizer). Lamento, mas não sinto. Problema meu, eu sei. Mas confesso que me sinto desiludido, incomodado e até irritado com muitas das suas atitudes e comportamentos, que muito frequentemente variam entre o “apenas” pouco digno e o insuportavelmente miserável.
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