Artigo publicado no Jornal do Centro (7 de junho de 2019)
Terminou a época futebolística. Como sempre, uns ganham, outros perdem. Este ano pude assistir, no espaço de uma semana, a manifestações de quem soube ganhar, de quem não soube perder e também de quem não soube ganhar. Na hora da vitória no campeonato, o treinador do Benfica teve um discurso invulgar. Invulgarmente bom. Sem os clichés do costume. Saiu do registo habitual, no conteúdo e na forma, de uma forma correta e digna. Soube ganhar. Chegará o momento em que perderá. Aí perceberemos melhor o seu caráter. Já o treinador do Futebol Clube do Porto, perdidos o campeonato e a Taça de Portugal (ambos por culpa própria), mostrou (confirmou) que não sabe perder. Se na final da Taça o argumento que invocou pode servir de atenuante para a sua atitude, o mesmo não acontece relativamente ao que fez no Dragão, no final do jogo com o Benfica onde, no fundo, perdeu o campeonato, quando também deixou de mão estendida um jovem que, disse mais tarde, até passava férias em sua casa. Não soube (não sabe) perder. Mas também pude assistir a uma manifestação de alguém que não sabe ganhar. Foi no último jogo do Tondela, com o Chaves. A meio da primeira parte já o Tondela ganhava por 4-0, resultado que permitiria a manutenção da equipa beirã e a descida de divisão dos transmontanos. Na bancada, a cada golo da sua equipa, a comemoração de um adepto do Tondela resumia-se a “apenas” se dirigir à claque adversária com gritos e gestos insultuosos. Poderia comemorar com manifestações de alegria (como a quase totalidade dos adeptos tondelenses). Mas não. Comemorava com insultos da mais diversa ordem aos apoiantes da equipa opositora. E esteve nisto durante praticamente todo o tempo. Mais preocupado em insultar os opositores do que em apoiar a sua equipa. Porquê? Para quê? Com que necessidade? Com que vantagem?... Não soube ganhar. Para que fique claro: tenho assistido a vários jogos do Tondela em casa e os adeptos são, na sua esmagadora maioria, exatamente o oposto deste. A exceção faz a regra.
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