Artigo publicado no Jornal do Centro (17 de março de 2017)
Um artigo de opinião e uma entrevista publicados recentemente no jornal “Negócios” chamaram a minha atenção. Porquê? Por enfatizarem a crescente importância das competências e das soft skills. É um tema que me interessa e sobre o qual escrevo de vez em quando (por exemplo, aqui, aqui e aqui). Para Alexandre Real (gestor e professor universitário), a preocupação das instituições de ensino deve ser, cada vez mais, “educar e formar jovens e pessoas não para exercer uma profissão, mas sim para as dotar de um mapa de competências transversais que as ajudem a desenvolver durante a sua vida não um, mas sim vários cargos”. Alguns exemplos: criatividade, flexibilidade, comunicação, pensamento crítico, negociação e inteligência emocional. Por seu lado, Cristina Barros, diretora do IIRH – Instituto de Informação em Recursos Humanos, afirma que atualmente há empresas que dão muito valor às experiências extra-universitárias. “Hoje em dia as chamadas soft skills (…) contam muito e pode ser dada preferência a alguém com uma licenciatura em detrimento de uma pessoa com um mestrado se tiver outro tipo de competências”, diz. Ora, isto entronca (para não dizer colide) com a forma como é feita a avaliação dos alunos, quase exclusivamente baseada em conhecimentos. Na essência, a classificação final de um diplomado apenas indica se ele respondeu “bem” ou “mal” a um conjunto de perguntas que lhe foram sendo colocadas ao longo do seu percurso académico. Ou seja, apenas “diz” quão “bem” o aluno respondeu àquelas perguntas, naqueles dias, àquelas horas. Isto é muito confortável para quem avalia, mas na minha opinião, muito redutor. Nada diz sobre outros aspetos, de natureza mais subjetiva, é verdade, mas muito (cada vez mais) importantes: as tais competências transversais, referidas acima, e muitas outras.
1 Comment
|
Nota préviaIniciei este blogue em janeiro de 2016, na sequência da criação desta página pessoal. Categorias
All
Arquivos
November 2020
|