Artigo publicado no Jornal do Centro (23 de dezembro de 2016)
Há dias, António Sampaio da Nóvoa, antigo reitor da Universidade de Lisboa, afirmou que a escola do futuro será muito diferente da atual, baseada num modelo com 150 anos. Na sua opinião, os modelos pedagógicos atuais no ensino superior são fechados e os alunos são tratados como gente que não sabe nada, quando muitas vezes têm acesso ao conhecimento muito superior ao dos professores, pela sua facilidade no domínio do digital. “O professor vai ter um papel importantíssimo no futuro, mas que é diferente. Não terá um papel de dar aulas, de mero transmissor de conhecimento, mas de alguém que trabalha o conhecimento com os alunos”, acrescenta (“Ensino Magazine”, dezembro de 2016). Em finais de abril, em entrevista ao “Expresso”, Andreas Schleicher, diretor do departamento de Educação e Competências da OCDE e responsável máximo pelos testes PISA, dizia que as escolas portuguesas ainda não fizeram a transição do ensino do século XX para o século XXI e que o método de ensino tem de evoluir para se adaptar às novas exigências. Segundo ele, “há uma geração, os professores tinham a expectativa de que o que ensinavam aos alunos seria válido ao longo de toda a vida. Hoje, as escolas têm de preparar os estudantes para uma mudança socioeconómica mais rápida do que alguma vez foi, para empregos que ainda nem sequer foram criados, para usar tecnologias que ainda não existem e resolver problemas que ainda não sabemos que vão surgir”. Acrescentava que no século XXI o conhecimento e as competências não são suficientes. “Temos também de ter em conta qualidades mais vastas a nível do caráter, como a empatia, a resiliência, a curiosidade, a coragem, a liderança e os valores”. Subscrevo. Tudo!
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